Em O NOBRE SEQUESTRADOR, Antônio Torres conta a história de René Duguay-Trouin, corsário francês e personagem de muitas aventuras cuja espada submeteu navios, sequestrou cidades, intimidou vontades e conquistou corações.
Depois do sucesso de Meu querido canibal – vencedor do Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura em 2001 –, cujo personagem principal era o emblemático Cunhambebe, Antônio Torres não resistiu pesquisar sobre a vida de outra figura importante mas muitas vezes esquecida na história do Rio de Janeiro. “Esse audaz corsário de Luiz XIV, que encheu o Rio de terror e medo. Corri mundos e fundos atrás das suas trilhas, fui duas vezes à terra dele, Saint-Malo, que fica na Bretanha francesa e também a La Rochelle, de onde Duguay-Trouin partiu.”, revela o autor.
René Duguay-Trouin, um dos mais audazes personagens de seu tempo, chegou ao Brasil numa esquadra de 18 navios, com quase 6 mil homens e 700 canhões, para saquear o ouro que era embarcado no Rio de Janeiro e seguia para Portugal. Executou o plano com sucesso e tomou a cidade como refém durante cinquenta dias, enquanto aguardava o pagamento do resgate para devolvê-la a seus habitantes, depois de encher os navios com o ouro carioca para partir, deixando-a dilapidada.
A bem-sucedida invasão de Duguay-Trouin funcionou como vingança pessoal para ele – um ano antes, um outro corsário francês, Jean-François Duclerc, tentou invadir o Rio, com cinco navios e mil homens, mas fracassou, terminando preso e assassinado misteriosamente –, além de representar um grande lucro para a França. As motivações de Duguay-Trouin eram bem mais amplas que as do corsário que o antecedeu. Pretendia deslocar o eixo da Guerra de Sucessão Espanhola da Europa, já que a França, que se batia nos mares contra uma poderosa coalizão formada por oito países, vinha sofrendo muito naquela guerra. Com a marinha agonizante, atacar o Rio seria uma maneira de eliminar os inimigos da França aos poucos, pelas beiradas, longe do seu poderio militar. Ou seja, atacar o Rio, na época a mais florescente colônia portuguesa, era atacar Portugal, eterno aliado dos ingleses e parte da coalizão européia que estava em guerra contra a França.
Com um fim nada heroico, a história de Duguay-Trouin, herói na França e vilão no Brasil, remonta a um tempo de aventuras e desventuras, de marinheiros, piratas e emoção. O NOBRE SEQUESTRADOR é um romance de deixar o leitor tonto, em meio a tantas guerras, vendavais, tempestades, naufrágios, heroísmo, sonhos e sacrifícios humanos, sobretudo na era de esplendor e miséria do Rei Sol.